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Governo mantém isenção do Imposto de Renda para 2025, mas classe média pode ser impactada

Sem correção na tabela, trabalhadores com até dois salários mínimos voltarão a pagar imposto; especialistas destacam o aumento da pressão fiscal sobre a classe média.

O Governo Federal apresentou ao Congresso Nacional, no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2025, a manutenção da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) sem correção. Com essa medida, trabalhadores que recebem até dois salários mínimos, cerca de R$ 2.824 mensais, voltarão a ser taxados a partir do próximo ano. O salário mínimo será reajustado de R$ 1.412 para R$ 1.509, mas a faixa de isenção do IR permanecerá a mesma, gerando preocupação entre especialistas e a classe média.

Henrique Ricardo Batista, presidente em exercício do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRCGO), alertou para os efeitos dessa decisão: “Sem a correção da tabela, a classe média será duramente penalizada. Todos os trabalhadores com rendimentos atrelados ao salário mínimo enfrentarão maior carga tributária, prejudicando principalmente aqueles com rendas mais baixas”, pontua Batista.

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Impacto da defasagem na tabela

A tabela do Imposto de Renda não é reajustada desde 2015, e a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco) calcula que a defasagem chega a 124,18% para quem ganha até dois salários mínimos. Nas demais faixas, o percentual sobe para 166,01%, agravando a situação dos contribuintes. Segundo a Unafisco, isso amplia significativamente o número de brasileiros obrigados a declarar imposto, que atingiu 45,21 milhões de pessoas em 2024, com 1,5 milhão de declarações apenas em Goiás.

Mauro Silva, presidente da Unafisco, criticou duramente a medida, afirmando que ela pode aumentar a arrecadação do governo em até R$ 8 bilhões em 2025, penalizando desproporcionalmente a classe média. “Essa arrecadação adicional, causada pela falta de correção da tabela, é indevida e inconstitucional, enquanto os mais ricos continuam a ser menos onerados”, declarou Silva.

Promessa de campanha e futuro da isenção

Durante a campanha presidencial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu elevar a faixa de isenção do IR para R$ 5.000 até 2026, mas a falta de atualização em 2025 coloca em dúvida a realização desse compromisso. Sob o governo Bolsonaro, a isenção ficou em R$ 1.903,98, enquanto Lula ampliou esse valor para R$ 2.824, mas o presidente precisaria ajustar a tabela em mais R$ 2.176 até o fim de seu mandato para cumprir sua promessa.

Diante desse cenário, especialistas pedem revisão da tabela para evitar um aumento desproporcional na carga tributária da classe média. “É imprescindível corrigir essa distorção fiscal, que impacta negativamente a renda dos trabalhadores e sobrecarrega a classe média em um momento de desafios econômicos”, conclui Henrique Ricardo Batista.

Dados importantes

  • Salário mínimo em 2025: R$ 1.509
  • Faixa de isenção mantida: R$ 2.824
  • Defasagem da tabela IR: 124,18% (até dois salários mínimos), 166,01% (outras faixas)
  • Número de declarações em 2024: 45,21 milhões (1,5 milhão em Goiás)

A expectativa agora é que o tema seja amplamente discutido no Congresso, com pressões de diferentes setores para ajustar a tabela e evitar que a classe média continue a arcar com a maior parte da carga tributária sem uma contrapartida justa.

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*Com informação da Assessoria do Conselho Regional de Contabilidade do GO

Daniela Bragança

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